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Arquitetos: ARQMOV WORKSHOP; ARQMOV WORKSHOP
- Área: 2300 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Rafael Gamo
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Fabricantes: Alutec, Cemex, Grupo Ceron, Ladesa
ColiRoma CientoVeinteOcho está inserido dentro do contexto cultural-urbano da Colônia Roma Norte, na Cidade do México. As características do bairro e o uso do espaço público criam uma particularidade de vivência vicinal dentro da metrópole.
Refletindo uma sociedade contemporânea, onde nosso viver e habitar não é somente nosso espaço privado mas, também, nosso espaço público imediato, criar-se, através de atividades como o Corredor Cultural Roma-Condesa, dinâmicas vicinais que permitem compartilhar e conviver no espaço público. Desta forma, a concepção de espaço habitável e estilo de vida incide diretamente neste projeto habitacional.
O edifício é configurado por meio de elementos conceituais de uso público/privado. Primeiramente, o edifício e seu contexto urbano, provocando uma permeabilidade espacial entre ambos através do “urban pit stop”, este é um espaço flexível de inter-relação público/privado, localizado a meio nível abaixo da calçada - que pode tornar-se uma galeria, uma arquibancada, um espaço de interação durante o Corredor Cultural, etc., podendo assumir-se também como uma área comum para os habitantes do edifício, um espaço de convivência com a flexibilidade de se tornar privativo, quando assim for necessário, permitindo uma mutabilidade de usos e reafirmando a incidência da vida vicinal na região.
Além disso, é construído um banco público como mobiliário urbano que abraça a árvore existente na fachada principal, permitindo estacionar bicicletas, amarrar animais de estimação ou sentar-se livremente.
Por outra parte, o edifício habitacional é composto por oito apartamentos, duas residências unifamiliares, duas coberturas, um terraço-jardim e dois níveis subterrâneos para estacionamento. Os apartamentos possuem uma configuração espacial linear, criando uma sequência de cubos interiores de iluminação e ventilação natural através das suas fachadas internas. Tudo isto permite vistas para a rua e para os cubos interiores e posteriores, Esta estratégia provoca transições espaciais no percurso linear do apartamento, descobrindo luz, sombra através dos ambientes interiores/exteriores.
Há um apartamento, no primeiro pavimento, que se configura como um estúdio. Outro apartamento, do quarto pavimento, assume esta condição de espaço aberto ao manter sua sala de estar/jantar como um terraço aberto de pé-direito duplo e a copa da árvore existente se relaciona espacialmente como elemento de vida natural. As residências unifamiliares são de dois pavimentos, duas com vistas para a rua e duas com vista para os cubos de iluminação e ventilação posteriores, mantendo a transição espacial e descobrindo os ambientes interior/exterior. O terraço-jardim possui seis áreas privativas e um SPA na área comum, provocando esta relação vicinal entre os condôminos.
A fachada principal reflete as varandas e a configuração espacial dos apartamentos; os blocos de dois níveis são emoldurados no centro da fachada; o estúdio se manifesta em um cubo de metal com frases urbanas que enfatizam o acesso veicular e pedonal; na parte superior um cubo de pé-direito duplo com detalhes em metal, enfatiza o apartamento com terraço aberto; a árvore existente e o banco público também dialogam entre si. Tudo é um diálogo de componentes e elementos, permeabilidade de espaços, interação de uso público/privado.
Os acabamentos gerais são aparentes; a estrutura é feita com pilares metálicos pintados em cor negra, com mezaninos aparentes de estrutura igualmente metálica; a laje da cobertura é de concreto armado permitindo uma espécie de platibanda aparente de concreto; as instalações gerais, na parte interna, são aparentes, exceto na área de serviço; as esquadrias são feitas de alumínio negro e vidros transparentes; além disso, foram projetados também detalhes em metal na fachada principal e painéis de correr feitos com lâmina perfurada.